REFLEXÃO: CASAMENTO É A ARTE DO SABER CONVIVER
Escolhemos estar juntos para aprendermos a dividir, para compartilhar, para crescer com o outro, para poder contar como foi nosso dia, para podermos diminuir um pouco o nosso desamparo, mas acima de tudo ter alguém para amar e ser amado.
Sendo assim, entendemos que o laço conjugal é confrontar-se com o outro que não é nós, mas que faz parte de nós. É olhar para o outro não como se fosse a nossa imagem e semelhança, mas como alguém separado de nós que também tem vontades e desejos e que para podermos estar juntos é necessária uma boa dose de empatia.
Outro ponto muito recorrente é a frase: "mas se fosse eu..." Por que você não falou? "Mas se fosse eu, eu diria que estava cansado e não iria...". Parece simples, mas não é. A maior parte do tempo, de forma inconsciente, os casais escutam um ao outro desta maneira, há uma tendência em esperarmos do outro, condutas, posturas, pensamentos como se estes fossem propriedade nossa, como se a mente do outro estivesse sob nosso comando e controle. Pior ainda é quando o cônjuge começa a pensar pelo outro e a formular suas próprias convicções se colocando no lugar dele para falar por ele, tirando dele a liberdade de pensamento e arbítrio. Existe uma expectativa de que o outro irá responder a mim e as coisas da vida, a partir dos meus preceitos e meu mundo interno. Grande engano narcisista! Se o outro fosse responder conforme o seu mundo interno, então, o outro não seria o outro e sim você.
Vários são os exemplos que podemos identificar como "provas" de amor, o mais importante é sabermos identificar os sinais que o parceiro está nos enviando e fazermos a leitura real das situações. Por exemplo: fazendo um prato gostoso porque sabe que a outra pessoa aprecia muito comer, comprando os ingressos para irem a um show, ficando, apenas, abraçados escutando o outro quando este não está legal e precisa apenas ser escutado e acolhido.
A crise conjugal implica em alguns aspectos, tais como: ruídos na comunicação, percepções distorcidas, falta de empatia, aceitação condicional e carência de autoconhecimento.
Exemplo de Ruídos na comunicação: Muitas frases de quem não acompanha essas mudanças são comuns, por exemplo: "Você não é mais como antes"..."Você mudou muito"... "Onde está aquela pessoa que eu conheci e que me conquistou?"... "Você me prometeu tanta coisa"...
Durante esse processo de movimento da vida de um dos cônjuges e a estática do outro, pode haver o aparecimento de ruídos nos diálogos, ruídos esses que na comunicação podem ser discussões com palavras lançadas a todo o momento, mas também o silêncio ou até palavras sopradas no ar.
Fique atento aos sinais de alerta, porém é importante saber quando agir, para evitar que a alegria da convivência se enfraqueça. Para isso, reflita nas dicas abaixo:
-Comportamentos mais extremos costumam ser indício de stress prolongado. Isso aumenta a vulnerabilidade do parceiro/a na relação;
-As queixas contínuas não devem ser ignoradas, porque elas podem ser sintoma de insatisfação, bem calibrada ou não;
-Posturas defensivas e evasivas são sinais de desconforto;
-Falta de toque (não necessariamente sexual) permite que o distanciamento vá se instalando aos poucos.
- O nervosismo e a desilusão têm um efeito extremamente negativo na rotina, porque dão mais força aos problemas e dificultam encontrar soluções viáveis;
No final das contas, o principal combustível para uma relação bem-sucedida é que ambos se sintam queridos e respeitados, por isso você pode colocar em prática uma série de comportamentos que ajudarão a blindar a conexão que existe entre vocês:
- Mostrar interesse pela vida e rotina do seu parceiro/a, e saiba escutar;
- Ser uma pessoa aberta quando se trata de emoções e sentimentos, permitindo que haja uma troca sincera e autêntica;
- Saber respeitar a individualidade do seu parceiro/a e permita que ambos tenham a oportunidade de cultivar os momentos com amigos e família, sem a necessidade de estar em casal o tempo todo;
- Compartilhar atividades e planos, porque é muito saudável para o relacionamento o exercício de tomar decisões de forma conjunta;
- Criar o hábito de celebrar pequenas conquistas e, por que não, comemorar sem que haja um motivo aparente para isso, já que estar juntos é o que realmente importa;
- Reservar momentos para estar a sós, sem fazer outra coisa que não seja desfrutar da companhia um do outro.
- Não peça o que você é incapaz de dar;
- Assumir compromissos e cumprir promessas;
- Cuidar para que suas palavras se reflitam em seus atos;
- Transmita o que se pensa de forma tranquila e respeitosa como base do diálogo;
- Evite que os problemas fiquem rondando o casal de forma indeterminada, reaparecendo a cada sinal de enfrentamento;
- Expressar-se da forma adequada, tratando de não ferir os sentimentos da outra pessoa;
- Centrar seus esforços em melhorar sua atitude e o vínculo entre o casal no momento atual e em direção ao futuro, evitando de ficar revivendo conflitos do passado;
- Você não deveria esperar o que seu cônjuge fosse capaz de compreender, ou o que passa pela sua cabeça se isso não foi verbalizado. Da mesma forma, você deve evitar tentar adivinhar os pensamentos do outro, porque isso só dá margem a erros e más interpretações.
- Você precisa comunicar tudo o que você gosta no outro, tudo o que você admira, tudo o que ele/ela faz e te deixa feliz. Desta forma, as críticas dificilmente serão percebidas como um ataque, já que não são a tônica das conversas entre o casal.
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