ASTRO-REI
No concorrido aniverersário de nove aninhos da Editora Patuá, estranhei a falta de um amigo querido. Perguntei dele para o grande Sergio Rocha e outros poetas que encontrei lá, e ficava perscrutando entre aqueles tantos astros e estrelas do ambiente, na esperança de ver o inconfundível brilho de um astro-rei, um velho poeta de olhos da cor do céu e cabelos de nuvem em dia de sol, mas nada. No entanto eu, acostumado com a sua sempre agradável, carismática e reconfortante figura tanto na Patuscada quanto na Casa das Rosas, sentia que ele estava lá, em espírito. Desejo-te saúde, Rubens Jardim, meu amigo, saúde pra ti e pra tua esposa. Pois fé e garra eu sei (e todos os teus amigos sabem) que não te faltam. Tudo o mais é questão de tempo. Saudade. Um abraço e um inspirador final de semana.
O POETA É QUEM SE MISTURA
Só um certificado na parede não é atestado de sabedoria.
Nem todo verso sobre a mesa
faz dele alguma poesia.
O verdadeiro poeta nem sabe que faz versos.
Por isto ele nunca está completo:
a cada dia se procura e na palavra se reinventa.
Poeta, mulher ou homem, escreve pra libertar a palavra
das amarras, das correntes com que alguns ainda tentam, inutilmente, aprisioná-la.
O poeta liberta a palavra para que ela ande entre o povo,
para que ela transite livre pelas cidades, voe pelas avenidas, pelas chiques alamedas e também se enverede pelos becos, pelas marquises, pelas escadarias, morros, vielas e favelas.
Com a palavra o poeta dá voz a outros poetas que a procuram, outros poetas que querem aprender a também soltá-la das amarras do peito. Estes tantos anônimos poetas que desejam levar o seu grito para que este se junte a outro grito e estes a outros tantos gritos aprisionados noutros peitos aflitos.
O poeta, portanto, não se fecha numa sala de escritório com seu diplominha preso em quadrinho de vidro sobre a mesa e um certificado pendurado na parede.
O poeta tem fome e tem sede.
Sede e fome da palavra liberta.
O poeta até pode ter este diploma e este certificado,
mas não será somente isto que o fará melhor do que tantos outros.
O poeta é aquele que sai pelas ruas, que se joga, que grita, que chora, que ouve, que ensina e aprende, é aquele que se engaja.
Poeta é quem se mistura.
Poeta é quem se declara.
No claro dia ou na noite escura,
o poeta não esconde a sua cara.
Para aprender o compasso
e não ser um poeta chinfrim,
de um mestre sigo os passos:
Rubens Eduardo F. Jardim.
Remisson Aniceto
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